Território

Desde 2003, a Flip promove anualmente uma experiência única em Paraty. Quem já foi, sabe: a Festa é das artes, mas as mesas literárias são só parte de uma verdadeira manifestação cultural vivida nas ruas. Em conexão íntima com a cidade que a recebe, a Flip é o resultado da comunhão entre as forças vivas de Paraty e as programações de cada ano.

Sua singularidade vem sobretudo do modo como ocupa os espaços públicos com cultura. Com uma concepção arquitetônica, urbanística e artística pensada especialmente para cada ano, a Flip oferece aos visitantes e moradores de Paraty a experiência de habitar um território ativado pela arte. Para plasmar intervenções urbanas à altura do legado da cidade histórica, é necessária uma investigação a longo prazo, que começou uma década antes da primeira Flip e mira para o futuro, com projetos de requalificação de estrutura permanentes.

Ano após ano, esses espaços são redimensionados pela memória e pelo afeto do público, que enxerga um caráter identitário mesmo nas estruturas temporárias, como os auditórios. Em linha gerais, a Flip está de tal modo enraizada a Paraty, contribuindo com a integração do tecido social da comunidade, que é tida como um espaço permanente que atravessou dezessete anos.

Essa concepção urbanística da Flip rendeu ao projeto e ao arquiteto Mauro Munhoz, em 2011, o Prêmio APCA na categoria “Urbanidade”. A premiação é, segundo os organizadores, um reconhecimento do projeto no que diz respeito à vivência democrática, integração entre artes e cultura, valorização dos espaços públicos e da vida comunitária.